O cenário atual vai muito além de uma crise econômica ou social tradicional, de modo que existem diversos interesses, necessidades e posições divergentes que culminam em conflitos diversos, os quais não parecem ter solução adequada, justa e viável para o momento. Nesse sentido, considerando que uma eventual solução judicial pode ser morosa e divergente dos interesses das partes envolvidas, a melhor opção para pessoas que efetivamente querem resolver o problema com lealdade e boa-fé é a negociação.
A partir de dados disponibilizados pelo próprio Conselho Nacional de Justiça (CNJ), estima-se que o tempo médio de uma ação judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo é de 16 meses, ou seja, o prazo para alcançar uma solução definitiva do judiciário de primeira instância irá demorar mais de um ano. Além disso, há possibilidade de interposição de recursos, os quais podem fazer a duração do processo saltar para 30 meses. Importante mencionar que todos esses dados foram levantados pelo CNJ antes da Pandemia do COVID-19, situação que propiciou um aumento significativo no número de conflitos e demandas judiciais.
Negociar, por sua vez, pode viabilizar que o problema seja resolvido no período médio de 15 dias, bem como o acordo firmado será capaz de atender ao que cada uma das partes busca, restaurando o relacionamento. Contudo, a qualidade do processo de negociação depende de algumas premissas básicas, em especial a assessoria jurídica, visto que o auxílio de um advogado assegura a razoabilidade das propostas, bem como instrui o cliente a entender melhor suas necessidades e interesses.
Deste modo, para iniciar um processo de negociação faz-se fundamental mais algumas premissas: (i) assumir que o outro não é parte de um problema, mas sim parte de uma possível solução; (ii) planejamento – entender o que você realmente precisa, suas necessidade e interesses envolvidos; (iii) separar as pessoas dos problemas; e (iv) criatividade.
Assim, a partir dessas premissas, bem como com o auxílio de um bom profissional é possível realizar uma ótima negociação, e assim viabilizar o alcance de uma solução rápida e satisfatória, adequada ao que você e a outra pessoa buscam.
Dra. Fernanda Martins Freitas
Advogada Graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica. Especialista em Mercado Financeiro Operador/Banker pela Saint Paul. Atuação em Direito Empresarial com foco em Contencioso Estratégico (Negociação e Arbitragem) e Estruturação patrimonial e tributária.
Contato: fernanda@bpadvogados.com.br
0 comentários em “Por que negociar durante a crise?”Adicionar comentário →